As startups tiveram a oportunidade de conhecer outros players do mercado, e ainda fazer contato com possíveis clientes. Também receberam uma avaliação ao final para ajudar a entender sua percepção frente ao mercado.
Entrevistamos Eduardo Staino, Diretor de Compliance e Auditoria Interna da Andrade Gutierrez, sobre os desafios pré e pós Lava-Jato, e as dicas que ele tem para dar após 8 anos na empresa.
1 – Como tem sido trabalhar com o Compliance na Andrade Gutierrez depois de tudo que aconteceu no Brasil desde 2014?
Na verdade, a nossa jornada de Compliance começa antes da Lava-Jato, ainda no final de 2013 com a criação do novo Código de Ética. Investimos muito em treinamento, comunicação e auditoria interna e tem sido muito prazeroso contribuirmos para essa virada de página.A Andrade Gutierrez é uma empresa que viveu tempos difíceis, e o mercado já reconhece que a ela viveu um período complexo, mas que hoje vive uma nova jornada. Sou muito feliz na minha cadeira aqui.
2 – Qual foi o maior obstáculo a ser superado em relação ao Compliance na Andrade Gutierrez?
A dificuldade principal que a Andrade Gutierrez viveu é que, paralelamente à Lava-Jato, o Brasil também viveu uma crise econômica e política. O país estar com o governo e a economia em crise foi uma tempestade perfeita. Resgatar a reputação da empresa nesse cenário foi muito desafiador.3 – Que dica você dá para outros Compliance Officers menos experientes?
Eu acho que o conselho mais importante para uma implementação de programa de Compliance efetivo é o Compliance Officer conhecer bem não só o negócio, mas as pessoas na organização para que ele, assim, encontre o melhor caminho na implementação de atividades. A receita da Andrade Gutierrez não é a receita ideal para todas as empresas. A receita ideal é entender a realidade de cada empresa.4 – O que foi o Pitch Day do Vetor AG?
O nosso objetivo era juntar 2 pilares da Andrade Gutierrez, que são Compliance e inovação, e conhecer o que estava acontecendo em termos de Compliance, principalmente em projetos de startups. Ao mesmo tempo, queríamos apresentar essas startups para o ecossistema de Compliance do Brasil. Por isso chamamos outras pessoas que admiramos para avaliar essas startups.Um objetivo secundário é demonstrar à sociedade como a Andrade Gutierrez está empenhada no tema (Compliance). Por isso está recebendo as turmas, promovendo, gastando tempo e espaço, etc.
5 – O que você achou do resultado?
Fiquei supercontente com o resultado, primeiro porque as startups tiveram apresentações muito boas e acertadas dento do tempo que tinham. Além disso, é um evento gratuito, então às vezes as pessoas falam que vão, mas não vão. No entanto tivemos um resultado bom, inclusive tiveram alguns convidados que trouxeram mais pessoas com eles.Outra coisa legal é que algumas startups já estão sendo contatadas por empresas que estavam lá. Não temos nenhum objetivo comercial com o evento, mas isso mostra que o nosso objetivo (apresentar essas startups para o ecossistema de Compliance) está sendo cumprido.
6 – Por que a inovação e tecnologia são importantes para o Compliance?
Nós enxergamos que a tecnologia pode ajudar nos desafios de Compliance principalmente em função de extensão geográfica e volume de stakeholders. A inovação pode trazer sistemas, plataformas, e Inteligências Artificiais para cumprirmos melhor nossos objetivos.Por exemplo, em uma empresa com 20 mil empregados como a nossa, é impensável imaginar que vai conseguir atingir nossos objetivos sem o auxílio de tecnologia. Ajuda a área de Compliance no cumprimento de nossos objetivos e no atendimento à legislação.
Eduardo Staino é Diretor de Compliance e Auditoria Interna da Andrade Gutierrez e Professor no curso de Pós-Graduação em Compliance e no curso de extensão em Compliance FGV IBS BH.
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