
Após 7 anos apoiando sua metodologia nos 9 pilares do compliance, a Legal Ethics Compliance (LEC) anunciou a adição de um novo tópico a essa lista: a diversidade e inclusão. Essa prática é extremamente importante para os negócios.
Tanto que, em um estudo recente da Forbes, foi mostrado que 85% das grandes empresas pesquisadas concordam que a diversidade é a chave para a inovação. Além disso, disseram que negócios precisam começar a buscar a diversidade para se manterem competitivos.
A LEC afirmou que não há como ter compliance hoje em dia sem prestar atenção nesse ponto importante. Com essa nova adição, os pilares do compliance ficaram do seguinte modo:
1. Suporte da alta administração
2. Avaliação de riscos
3. Código de conduta e políticas de compliance
4. Controles internos
5. Treinamento e comunicação
6. Canais de denúncia
7. Investigações internas
8. Due diligence
9. Auditoria e monitoramento
10. Diversidade e Inclusão (D&I)
A diversidade e inclusão, também conhecida como D&I, apesar de se comunicarem muito, são duas ideias diferentes e complementares. A diversidade diz respeito às características demográficas do grupo de pessoas analisado. Por exemplo, o percentual de negros, mulheres, pessoas com deficiências, pessoas LGBT e de diferentes gerações.
Já a inclusão se refere a reconhecer essas pessoas diferentes e garantir que todas elas tenham oportunidades iguais. Além disso, cabe a essa prática garantir que todas essas pessoas diversas se sintam acolhidas e seguras de discriminação, além de poderem abraçar suas diversidades abertamente.
O “tokenismo” é um termo usado para definir uma prática que tem acontecido muito no mundo corporativo. Temos visto uma clara tendência do público, principalmente as gerações mais novas, de valorizar muito mais as empresas que consideram éticas e inclusivas, e de criticar publicamente as que não praticam a D&I.
Tanto que as buscar por esses dois termos cresceram 71% e 24% no Youtube só em 2019. Além disso, no Brasil temas ligados à diversidade são buscados duas vezes mais do que eram em 2012.
Com isso em mente, muitas empresas têm se aproveitado desse interesse e valorização para promover a marca da empresa sem realmente fazer mudanças estruturais dentro da empresa. Por exemplo, fazem campanhas publicitárias sobre o assunto que geram engajamento e aplausos, mas não de fato implementam a diversidade e inclusão na sua gestão. Isso se chama “tokenismo”.
Não é nenhuma surpresa que as empresas estejam buscando promover cada vez mais ações e novos procedimentos voltados para a D&I. Muitas pesquisas novas mostram que não só impacta como o consumidor enxerga a empresa, como também traz benefícios reais como maior inovação, retenção de talentos, menor absenteísmo etc.
Veja alguns exemplos:
Ou seja, empresas podem perder talentos valiosos, que ajudariam a empresa a crescer, por não incluírem realmente todos os funcionários.
Já é possível entender a relevância desses conceitos para as empresas. Com benefícios como aumento em produtividade, retenção de talentos, maior inovação, confiança de stakeholders, boa reputação e redução de gastos com ações judiciais, a empresa tem muitos motivos para investir.
Mas o que o compliance pode fazer para ajudar nessa missão?
O foco dos programas de compliance deve sempre ser de prevenção, não correção. Ou seja, devem criar estruturas para antecipar possíveis condutas ilícitas ou antiéticas. O mesmo se dá com a D&I.
A tendência é que as novas legislações acompanhem essas demandas novas dos consumidores e do mercado. Por isso, o compliance precisa antecipar essas mudanças e começar a criar desde já programas de compliance que assegurem empresas diversas e inclusivas.
Por exemplo, criar políticas e treinamentos fortes que deixam claro a posição da empresa com relação a esses temas. Além disso, o compliance também deve criar e comunicar um canal de denúncias para relatar casos de assédio ou discriminação.
É importante criar ações específicas para esses casos e reforçar a opinião da sua empresa quanto à importância de manter a D&I como valores da empresa.