
Quando surge uma investigação interna em uma empresa, a elaboração de um relatório bem estruturado é fundamental para garantir que os fatos sejam apresentados com clareza e embasamento.
Será que você sabe como montar um relatório de investigação em compliance que seja rigoroso o suficiente? Quais são os erros mais comuns que devem ser evitados? Se essas perguntas já passaram pela sua cabeça, este conteúdo é para você.
Vamos descomplicar o assunto e mostrar o caminho para um documento completo e bem alinhado com as boas práticas de governança corporativa.
Boa leitura!
Para que o relatório seja rigoroso, ele precisa ter organização e objetividade. Abaixo, detalhamos os passos essenciais. Confira:
Todo relatório de investigação começa com uma introdução clara e objetiva. Aqui, é essencial contextualizar o motivo da investigação. Na prática, você terá que descrever o tipo de denúncia recebida, como ela foi reportada (via canal de denúncias, por exemplo) e qual é a gravidade ou o potencial impacto do caso na empresa.
Por exemplo: “Em 10 de janeiro de 2025, a empresa recebeu uma denúncia anônima por meio do canal de ética. A denúncia relatava um possível caso de fraude na área financeira, envolvendo pagamentos não autorizados a fornecedores.”
Essa parte deve ser breve, mas suficiente para situar o leitor no contexto geral do assunto que será tratado no relatório de investigação.
Nesta seção, devem constar as informações principais sobre a denúncia. Inclua a data exata em que o relato foi recebido, a origem (anônimo, funcionário, fornecedor) e um resumo objetivo da situação. Por exemplo:
Esses elementos ajudam a criar uma organização mais visível e resumida dos fatos, o que é importante para as próximas etapas do relatório.
Aqui é necessário descrever todos os fatos apurados durante a investigação, de forma organizada e cronológica. Evite julgamentos ou interpretações pessoais; o foco deve ser nos eventos tal como ocorreram. Por exemplo:
Esse relato deve ser detalhado, mas não prolixo. Afinal, a intenção é que o leitor entenda a sequência dos acontecimentos da melhor forma possível.
Identifique e cite diretamente no relatório de investigação os pontos do código de conduta da empresa que foram possivelmente violados. Por exemplo:
Especificar os tópicos infringidos ajuda a embasar qualquer recomendação ou medida corretiva.
Registre as principais informações obtidas nas entrevistas realizadas durante a investigação, caso ocorram, no relatório de investigação. Inclua datas, nomes (ou mantenha a anonimidade, se necessário) e os pontos levantados por cada pessoa entrevistada. Exemplo:
Documentar essas entrevistas ajuda a manter a transparência do processo investigativo. Além, é claro, de embasar ainda mais as evidências de uma possível fraude.
Nesta seção do relatório de transparência, liste todas as evidências coletadas e explique c
omo elas corroboram (ou não) a denúncia. Isso pode incluir:
Por exemplo: “Os registros do sistema ERP mostram que as transações suspeitas foram aprovadas usando o login do colaborador investigado.”
Com base nos fatos e evidências, chegou a hora de recomendar ações específicas. Nesse momento, é importante revisar o contexto e os objetivos da análise para garantir que as recomendações sejam pertinentes.
As medidas sugeridas no relatório de investigação devem ser claras, práticas e viáveis, levando em consideração os recursos disponíveis, os prazos e as limitações identificadas ao longo da avaliação. O que pode incluir:
Leia também: Dicas para a empresa fazer avaliação de risco com segurança
Também é interessante anexar todos os documentos e as provas utilizadas durante a investigação. Exemplos de anexos:
Certifique-se de que os anexos estejam organizados e identificados. Afinal, esses documentos servem como suporte às conclusões e recomendações feitas no relatório de investigação.
Para facilitar a consulta e garantir a clareza, cada anexo deve ser numerado e acompanhado de uma descrição breve, explicando seu conteúdo e a relevância para a investigação.
Saber como montar um relatório de investigação em compliance corretamente é indispensável para quem deseja alcançar a transparência empresarial. Mas, além de conhecer a estrutura central do documento, é importante ter atenção a alguns detalhes que podem comprometer a qualidade e a credibilidade do relatório.
A seguir, separamos o que não fazer em um relatório de investigação em compliance, veja:
Agora que você conhece os passos e os erros a evitar, está pronto para montar relatórios de investigação em compliance que realmente contribuam para a governança da sua empresa.
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