O mundo corporativo tem voltado sua atenção para ações de diversidade e inclusão (D&I). Não é à toa que o tema passou a integrar a agenda das organizações, sendo reconhecido como o 10° pilar do compliance.
Segundo levantamento da Deloitte, 93% das organizações já contam com uma área dedicada ou com práticas estabelecidas de D&I. Quando a pesquisa foi realizada, metade das empresas afirmava que ampliaria os investimentos na pauta nos 12 meses seguintes, reforçando a importância dessas iniciativas para a agenda de governança. Ao promover a diversidade e a inclusão, é possível reduzir riscos relacionados à discriminação, ao assédio e às desigualdades internas; fortalecer a conformidade com a legislação; impulsionar a inovação; e favorecer a atração e retenção de talentos.
No entanto, ao tentar implementar esses princípios, muitas empresas esbarram em um desafio: por onde começar e quais práticas podem ser adotadas no dia a dia?
Para apoiar esse processo, reunimos ações de diversidade e inclusão que podem ser implantadas em até 30 dias, ajudando sua empresa a estruturar iniciativas de maneira rápida, funcional e alinhada às exigências atuais de governança e compliance.
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Avançar na agenda de diversidade e inclusão não exige, necessariamente, mudanças muito complexas ou de longo prazo. Há iniciativas que podem entrar na rotina da empresa rapidamente, contribuindo para um ambiente mais acolhedor, seguro e diverso.
Confira, a seguir, ações de D&I que podem ser implementadas em até 30 dias:
Nomear um responsável pela agenda de D&I e montar um comitê dedicado ao tema evita que a pauta fique dispersa na rotina da empresa. A definição de papéis ajuda a organizar as iniciativas, acompanhar os avanços e direcionar esforços com maior responsabilidade social.
A criação desse comitê não exige grandes investimentos. O mais importante é contar com uma equipe diversa, trazendo pluralidade e reduzindo decisões concentradas.
Para iniciar esse processo, recomendamos:
Segundo a pesquisa da Deloitte, 43% das organizações já contam com uma área estabelecida D&I, liderada principalmente por níveis gerenciais ou diretoria (68%), com reporte das informações feito principalmente ao RH (69%).
O estudo mostra que entre os profissionais que compunham essas equipes, 85% pertenciam a grupos minorizados, 85% tinham formação em humanas ou especialização em D&I e 58% tinham mais de dois anos de experiência profissional com a pauta, evidenciando a importância de contar com equipes preparadas para lidar com essa temática.
Uma campanha de conscientização bem elaborada ajuda a colocar a diversidade e a inclusão no centro das conversas da empresa. Para isso, setores como RH, compliance, jurídico, ESG e segurança da informação devem trabalhar juntos, considerando as particularidades de cada área e garantindo a clareza da mensagem.
Ao elaborar essa campanha, é preciso:
Investir em práticas de engajamento também pode fortalecer a participação dos colaboradores. Eventos, palestras, mentorias,workshops e treinamentos ajudam a ampliar o diálogo, estimulam a troca entre equipes e mantêm a pauta de D&I presente no cotidiano empresarial.
Leia também: Como realizar um treinamento de compliance de diversidade e inclusão
A divulgação da política de diversidade e inclusão formaliza o que a empresa entende como condutas adequadas, responsabilidades e limites.
Em 30 dias, é possível revisar o documento, ajustar seu conteúdo às leis e regulamentações aplicáveis e disponibilizá-lo para todos os colaboradores.
O material deve trazer:
Após validada, a política deve ser publicada em local de fácil acesso, como intranet, plataforma de compliance, onboarding e treinamentos. Também é importante comunicar o lançamento ou atualização do documento, explicando o seu propósito e como ele contribui para proteger todas as pessoas da organização.

Revisar o plano de cargos e salários também é uma ação estratégica para a agenda de D&I por ajudar a identificar desigualdades internas que muitas vezes passam despercebidas. No curto prazo, essa análise demonstra comprometimento com um ambiente mais justo, com oportunidades transparentes e acessíveis para todos os colaboradores.
Em 30 dias, a empresa consegue fazer uma avaliação inicial para identificar diferenças de remuneração, critérios pouco claros ou subjetivos de promoção e barreiras que impactam determinados grupos.
Também possibilita identificar possíveis desigualdades salariais ao comparar faixas de remuneração entre pessoas que ocupam funções iguais ou equivalentes, o que é fundamental para corrigir discrepâncias.
Essa revisão não precisa ser complexa. Uma análise inicial já permite propor ajustes simples, como atualizar descrições de cargo, revisar critérios de promoção e fortalecer práticas de equidade.
A movimentação também está alinhada às exigências legais. O Decreto 11.795/2023 que regulamenta a Lei 14.611/2023, estabelece mecanismos de transparência salarial e critérios remuneratórios, reforçando a importância de análises periódicas sobre estruturas de cargos, salários e promoções entre homens e mulheres.
A padronização das entrevistas em processos seletivos é outra medida que possibilita reduzir vieses e garantir oportunidades iguais para todos os candidatos. Em 30 dias, a empresa consegue revisar o roteiro de entrevistas, definir critérios objetivos e orientar os responsáveis pela seleção sobre práticas mais justas e consistentes.
Essa ação contribui diretamente para a agenda de diversidade e inclusão porque reduz decisões subjetivas. Quando cada entrevistador conduz a conversa de acordo com preferências pessoais, aumenta o risco de julgamentos baseados em afinidade, estereótipos ou impressões superficiais.
Por outro lado, com um roteiro estruturado, todos os candidatos respondem às mesmas perguntas e são avaliados a partir dos mesmos critérios, o que torna o processo mais equitativo.
A padronização também evita perguntas indevidas. Questões relacionadas à vida pessoal, estado civil, orientação sexual, religião, aparência ou local de residência não têm relação com o desempenho profissional e podem afastar talentos qualificados. Revisar essas perguntas e eliminar qualquer item discriminatório ajuda a proteger os candidatos e fortalece a cultura organizacional .
Outro benefício é o aumento da diversidade no funil de seleção. Critérios mais claros e objetivos abrem espaço para perfis variados, formações diversas e trajetórias que muitas vezes não são consideradas por causa de filtros subjetivos.
A prática também facilita o alinhamento entre RH, gestores e lideranças, já que todos passam a utilizar o mesmo método de avaliação.
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O canal de denúncias é uma das ferramentas mais importantes para garantir um ambiente seguro, respeitoso e livre de discriminação. Ele permite que colaboradores relatem situações de assédio, preconceito, exclusão, condutas inadequadas e violações às políticas internas.
Dados recentes reforçam essa necessidade. Um exemplo disso é uma pesquisa divulgada pela CNN, que revela que 53% dos profissionais LGBT+ que estão no mercado de trabalho conhecem alguém que sofreu preconceito no ambiente corporativo, e 24% afirmam ter sido vítimas desse tipo de violência.
Esse cenário evidencia a urgência de adotar, ou fortalecer, os canais formais de denúncia. Para aprimorar esse mecanismo, a empresa deve:
Ao tornar o canal de denúncias acessível, confiável e bem divulgado, a empresa fortalece a cultura de respeito e deixa claro que comportamentos discriminatórios não são tolerados.
O monitoramento de indicadores é o que transforma a agenda de diversidade e inclusão em uma prática mensurável e orientada por dados. A partir dessas métricas, a empresa acompanha avanços, identifica desigualdades internas e entende se as iniciativas adotadas realmente produzem impacto.
De acordo com o levantamento da Deloitte, quase nove em cada dez empresas afirmaram mensurar algum indicador de D&I.
Entre os mais utilizados estão: número de profissionais contratados pertencentes a grupos minorizados (70%), avaliação de ambiente inclusivo (69%), presença de lideranças diversas (62%) e relatos de preconceito ou assédio (59%). Para 70% dessas empresas, o ambiente inclusivo é o que gera maior eficiência para a organização.
Além destes, também estão entre os exemplos de métricas que podem ser monitoradas: a distribuição de colaboradores por gênero e raça, o número de pessoas com deficiência contratadas, a presença de mulheres e pessoas negras em cargos de gestão e a adesão a treinamentos obrigatórios de D&I.
Essa ação é importante porque:
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