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Desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho: visão do compliance

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Dados mostram cenário de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho nacional. Veja como o compliance pode ajudar.

Se engana quem pensa que o assunto sobre a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho já está resolvido. Na verdade, estamos bem longe de uma realidade equânime para as profissionais mulheres.

O índice de paridade salarial entre homens e mulheres no Brasil permanece em 78, numa escala de zero a 100, conforme o levantamento “Mulheres no Mercado de Trabalho”, conduzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Quanto mais próximo de 100, maior é a equidade salarial entre os gêneros.

O que poucas pessoas sabem, entretanto, é como o trabalho de conformidade pode contribuir para enfrentar o problema. Há diferentes pilares de compliance que podem ser aplicados para identificar, monitorar e mitigar as disparidades de gênero nas organizações.

É isso que iremos abordar neste conteúdo, começando por apresentar a realidade de desigualdade entre homens e mulheres e suas consequências. Também discutiremos medidas que as empresas podem adotar para promover a igualdade de oportunidades e tratamento. Por fim, mostraremos como o compliance pode ser um grande aliado na luta contra a desigualdade.

Boa leitura!

Situação de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho

Boletim divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra como é a situação de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho nacional. A seguir, iremos abordar os principais dados revelados pelo estudo: 

Diferença salarial

Apesar da lei de igualdade salarial, aprovada recentemente pelo governo federal, o rendimento médio entre homens e mulheres continua em disparidade. No último trimestre de 2023, as mulheres ganhavam em média 22,3% a menos do que os homens. Veja outros dados sobre a diferença salarial no Brasil:

  • 39,9% das mulheres ganhavam até um salário mínimo, e a porcentagem chegava a 49,4% no recorte entre mulheres negras; 
  • Entre os homens, 29,8% recebiam até um salário mínimo;
  • 35,5% das mulheres com ensino superior completo ganhavam menos do que os homens. 


É importante destacar que, em caso de irregularidades salariais,
você pode e deve denunciar a situação. Para isso, foram criados canais de denúncia que acolhem o relato acerca das violações.

Os canais estão acessíveis por meio dos números de telefone Disque 100, Disque 180 ou Disque 158 e, também, pelo portal do Ministério do Trabalho.

Emprego e desemprego

Quando falamos sobre empregabilidade, houve melhora nos indicadores gerais acerca de profissionais mulheres. Entre 2022 e 2023, houve o acréscimo de 358 mil trabalhadoras no mercado formal. O número de profissionais homens foi de 26 mil. Veja outros dados sobre emprego e desemprego no Brasil:

  • A ocupação entre as mulheres negras cresceu 2,5%;
  • Entre mulheres não negras, a ocupação cresceu 0,7%;
  • Para os homens, o crescimento foi de 1,6%; 
  • As mulheres representam 64,6% das pessoas desempregadas no país. 


Os avanços são positivos, mas
o Dieese alertou que ainda há muita disparidade. Enquanto a participação dos homens no mercado de trabalho parece ter retornado ao mesmo nível pré-pandêmico, para as mulheres não é bem assim. Elas ainda encontram dificuldades para se reintegrar.

Subocupação

Outro aspecto analisado pelo Dieese foi a subocupação. Os dados mostram que a proporção de mulheres que trabalham menos de 40 horas por semana, mas desejariam trabalhar mais, foi maior do que a dos homens. Confira:

  • 6,2% das mulheres estavam em situação de subocupação no quarto trimestre de 2023;
  • O percentual de mulheres negras subocupadas foi de 7,3%.


O Dieese ressalta que a fragilidade da posição das
mulheres negras no mercado de trabalho é evidente quando se observa que elas trabalham menos horas do que gostariam ou precisam, além de receberem salários mais baixos.

Informalidade e precarização

No último trimestre de 2023, havia mais homens trabalhando na informalidade do que mulheres. O trabalhador informal é aquele que realiza atividades sem vínculos empregatícios ou registros, como a carteira de trabalho.

Qual é o problema da informalidade? A informalidade afeta a qualidade do trabalho, prejudicando o acesso aos direitos trabalhistas e aos rendimentos dos trabalhadores.

Confira alguns dados sobre informalidade no país:

  • 32,5% dos trabalhadores na informalidade são homens; 
  • A maioria dessas pessoas é negra, representando 41% das mulheres e 43,2% dos homens.

Falta de representação em cargos de liderança

Outro grande problema na situação de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho é a falta de representação em cargos de liderança. Também no último trimestre de 2023, os dados mostram um cenário que está muito distante da igualdade. Veja abaixo:

  • Apenas quatro em cada dez pessoas ocupando posições de diretores ou gerentes eram mulheres;
  • O salário médio das mulheres em cargos de liderança foi 29,5% menor que dos homens na mesma posição.


Imagem: Freepik

 

Consequências da desigualdade

Há muitas consequências negativas da desigualdade de gênero no mercado de trabalho. O problema afeta, sobretudo, as esferas social e econômica, impactando a sociedade e o seu futuro.

Continuidade da desigualdade

Talvez essa seja a consequência mais óbvia, afinal, a disparidade das condições de emprego para os gêneros pode perpetuar a desigualdade. Isso é um problema estrutural, capaz de afetar gerações futuras, uma vez que pode prejudicar o desenvolvimento econômico e social do país.

Prejuízo na economia

A situação também causa prejuízo econômico. O último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que mais mulheres do que homens no país. Imagine toda essa força de trabalho sendo desvalorizada? Isso limita a geração de renda e o potencial de inovação e produtividade, além de contribuir para um ritmo mais lento do crescimento econômico.

Impactos na Previdência Social

A disparidade salarial e a menor participação das mulheres no mercado de trabalho também afetam diretamente suas contribuições previdenciárias. Isso acontece porque as contribuições das mulheres para a Previdência Social acabam sendo menores, o que pode comprometer a segurança financeira na aposentadoria.

Impactos na saúde mental

Não é muito difícil enxergar que a saúde mental das mulheres brasileiras está em uma situação grave. Isso também se deve à desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, além de outros fatores, como o acúmulo de funções e o trabalho invisível da rotina dessas mulheres.

O levantamento da CNI constatou que o tempo destinado às atividades domésticas e de cuidados com familiares é muito maior entre as mulheres. Enquanto aquelas com emprego gastam mais de 17 horas semanais, os homens usam apenas 11 horas da semana para o mesmo fim. 

 

Como evitar a desigualdade entre homens e mulheres na empresa?

Há medidas que podem ser tomadas para ajudar a evitar a desigualdade entre homens e mulheres na sua empresa. Confira:

  • Tenha uma equipe igualitária que valorize a diversidade e a inclusão e garanta oportunidades de crescimento e desenvolvimento para homens e mulheres em todos os níveis hierárquicos da empresa; 
  • Tenha espaços de amamentação e recreação para crianças e ofereça horários flexíveis para mães com filhos na creche. Isso facilita a conciliação entre trabalho e vida familiar, o que proporciona um ambiente acolhedor para funcionárias que são mães; 
  • Tenha salários igualitários. É importante que homens e mulheres que desempenham funções semelhantes recebam salários justos e equitativos;
  • Ofereça palestras sobre igualdade entre homens e mulheres que tenham como foco a conscientização e prevenção de possíveis preconceitos. 

Imagem: Freepik



Compliance no combate à desigualdade entre homens e mulheres nas empresas

Diante do cenário de desigualdade entre homens e mulheres nas empresas, o compliance surge como uma forma de combate. Veja algumas estratégias de conformidade que podem ajudar:

Implantar canal de denúncias

O canal de denúncias é uma ferramenta que contribui para um ambiente de trabalho mais saudável e ético. Com uma plataforma confidencial e acessível, os funcionários podem relatar casos de discriminação de gênero, assédio moral ou sexual e outras irregularidades.

Porém, o canal de denúncias por si só não é o suficiente. A empresa precisa estar disposta e preparada para tomar medidas cabíveis e solucionar o problema. Cabe aos profissionais de compliance acolherem os relatos e iniciarem a investigação. Caso a denúncia seja confirmada, será necessária a aplicação das sanções previstas pela organização.

Quer saber mais? Conheça o primeiro canal de denúncias via WhatsApp que utiliza Inteligência Artificial!

Identificar disparidades

Com a implantação de um programa de compliance eficiente, é possível realizar análises regulares para identificar disparidades de gênero nas políticas, práticas e remuneração. Isso possibilita corrigir quaisquer discrepâncias e promover a igualdade de oportunidades para homens e mulheres.

Promover uma cultura organizacional inclusiva

O programa de compliance permite a construção de uma cultura organizacional mais ética, responsável, transparente e inclusiva. Dessa forma, os funcionários se sentem mais seguros, valorizados e respeitados, independentemente de gênero, origem ou identidade. 

Coletar dados para monitorar mudanças

O compliance também permite coletar dados e monitorar mudanças relacionadas à igualdade de gênero. Por exemplo, a proporção de homens e mulheres em cargos de liderança, os valores de salários e até as taxas de promoção. A análise ajuda a identificar áreas que necessitam de melhoria!






clickCompliance pode ajudar!

Com integrações eficientes e um design profissional, o clickCompliance é um software de compliance que torna o trabalho de conformidade muito mais fácil. Dessa forma, o trabalho de implementação de políticas internas voltadas para a igualdade de gêneros também é beneficiado.

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Helen Lugarinho

Apaixonada por tudo o que envolve comunicação, compliance, cultura e pessoas! Novas histórias e desafios me movem.