Engajar os colaboradores em um programa de compliance ainda é um obstáculo para muitas organizações. Mesmo quando há políticas, metas e treinamentos, pode acontecer de pessoas não se verem como parte desse compromisso, o que impede a sua implementação na prática.
Sem a participação real dos colaboradores, qualquer esforço vira desperdício de tempo e recursos e impede a cultura de integridade de sair do papel. Por isso, é preciso pensar em estratégias que ampliem o alcance das iniciativas e construam uma cultura em que cada colaborador se reconheça como agente da integridade da empresa.
Mas como alcançar esse engajamento? Como envolver equipes tão diferentes no mesmo propósito? Preparamos este conteúdo para ajudar os gestores a encontrarem caminhos para aproximar todos os times do compliance.
Boa leitura!
A cultura de compliance é o conjunto de valores, comportamentos e práticas que orientam todos os colaboradores, da liderança às equipes operacionais, a agir conforme leis, políticas internas e princípios éticos em uma empresa.
Ela aparece no cotidiano organizacional, na maneira como decisões são tomadas, riscos são avaliados, conflitos de interesse são comunicados e como a empresa responde a situações que exigem integridade.
Não se trata apenas de ter um programa de compliance formalizado, mas de integrar seus critérios à rotina, fazendo com que regras e políticas não fiquem restritas aos documentos. Quando são parte da cultura, elas influenciam a maneira de trabalhar, moldam expectativas de conduta e guiam relacionamentos com clientes, fornecedores e parceiros.
E, para se ter uma noção da importância desse movimento, basta observar a última pesquisa da KPMG sobre a maturidade do compliance no Brasil. O índice subiu de 3,07, em 2021, para 3,09, em 2024, em uma escala de 1 a 5, alcançando a maior pontuação desde o início do levantamento, em 2015.
Entre os fatores que impulsionaram esse crescimento estão governança e cultura, que atingiram 3,1, atrás apenas de investigações e linha ética (3,3) e políticas e procedimentos (3,2).
A cultura de compliance permite consolidar um padrão organizacional baseado em integridade. Quando todos entendem quais comportamentos são esperados e quais limites precisam ser respeitados, a empresa reduz incertezas, padroniza práticas e toma decisões mais seguras.
Dessa forma, a cultura de compliance traz benefícios que vão além da conformidade legal, como:
Em síntese, a cultura de compliance fortalece a estabilidade e a confiança na organização, orientando comportamentos, reduzindo riscos e sustentando a credibilidade da empresa frente ao mercado e aos seus públicos.
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Para que a cultura de compliance seja fortalecida, é preciso que todos os funcionários estejam engajados. Quando as equipes reconhecem a importância e têm acesso às informações necessárias, o compliance passa a ser integrado naturalmente ao funcionamento da empresa.
Por outro lado, quando parte da força de trabalho fica de fora de políticas, treinamentos e comunicações, a empresa enfrenta impactos que comprometem a integridade e a clareza das operações. Entre os principais riscos estão:
Sendo assim, o engajamento dos funcionários é o que sustenta a integridade. Sem a participação de toda a equipe, qualquer iniciativa de compliance se torna insuficiente.
Incluir todos os colaboradores nas ações de compliance exige atenção a diferentes fatores que influenciam como cada pessoa compreende e aplica o tema no dia a dia.
Um dos primeiros desafios é garantir que todos entendam as orientações da mesma forma. As equipes têm níveis distintos de formação, rotinas diferentes e acesso variado à informação, o que impacta a assimilação de regras e políticas.
O tempo disponível também deve ser levado em conta. Áreas operacionais, turnos noturnos, profissionais externos e equipes em regime híbrido podem ter mais dificuldade para acompanhar comunicados ou participar de treinamentos.
A resistência é outro ponto que deve ser considerado. Alguns colaboradores não se sentem parte do processo ou enxergam o compliance como algo burocrático. Nesses casos, manter uma comunicação clara e garantir exemplos por parte da liderança podem ajudar a mudar essa percepção.
Há, ainda, o desafio da linguagem adotada nos materiais. Documentos muito técnicos e comunicados longos afastam o público e dificultam a aplicação das regras no cotidiano.
Além disso, a integração de novos colaboradores é um momento decisivo. Sem um onboarding estruturado, o tema não entra em suas rotinas desde o início, o que reduz a aderência ao programa.
Se você chegou até aqui, deve estar se perguntando quais são as maneiras de engajar a empresa em uma cultura de compliance. Pensando nisso, reunimos algumas estratégias que ajudam a ampliar o alcance das iniciativas e aproximar todos os colaboradores desse compromisso no dia a dia:
Para que o compliance alcance toda a empresa, é preciso que todos os colaboradores tenham acesso a informações, treinamentos e políticas, independentemente de terem e-mail corporativo.
Para muitos profissionais, como operários, técnicos de campo, motoristas, funcionários do varejo, construção civil e hospitais, essa exigência ainda impede parte da força de trabalho de participar do processo, por não terem acesso às ferramentas corporativas convencionais.
Para eliminar essa barreira, o clickCompliance desenvolveu uma nova funcionalidade que permite o acesso ao programa mesmo sem conta corporativa. Com ela, qualquer colaborador pode se conectar e acompanhar as iniciativas de compliance.
Entre os diferenciais, estão:
Com esse recurso, o engajamento deixa de depender exclusivamente da estrutura tecnológica da empresa e passa a incluir 100% da força de trabalho.
As políticas internas e o código de conduta funcionam como a base normativa da cultura de compliance. São eles que traduzem os valores da empresa em regras claras, definem o que é aceitável ou não e orientam o comportamento dos colaboradores no dia a dia.
O código de conduta estabelece princípios gerais, como integridade, respeito, transparência e responsabilidade, e mostra como esses valores devem ser aplicados em situações do dia a dia.
Já as políticas internas detalham procedimentos mais específicos, como reportar um incidente, lidar com fornecedores, quais áreas precisam aprovar determinada decisão e como registrar e armazenar informações. Elas ajudam a padronizar processos e garantem que todos sigam os mesmos critérios, independentemente do setor ou função.
Quando bem estruturados, esses documentos:
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A comunicação e o treinamento contínuo são fundamentais para manter o compliance presente na rotina organizacional. Não basta ter políticas bem escritas, todos precisam entender o que está em vigor, como agir em diferentes situações e onde buscar orientação quando surgirem dúvidas.
Uma comunicação clara cumpre essa função ao reforçar mensagens, esclarecer expectativas e informar colaboradores sobre atualizações, riscos e procedimentos. Quando é constante e adaptada à realidade das equipes, o tema deixa de parecer distante e passa a fazer parte da rotina.
Já os treinamentos contínuos ajudam a transformar conhecimento em prática. Eles podem mostrar como aplicar políticas, reconhecer situações de risco, usar o canal de denúncias e seguir o código de conduta, por exemplo. Além disso, mantêm o aprendizado ativo, alinham diferentes áreas e preparam a empresa para mudanças internas ou regulatórias.

O canal de denúncias é uma ferramenta para que a empresa identifique problemas que dificilmente apareceriam por outros meios. Ele permite que colaboradores e parceiros registrem situações de risco, violações de políticas e comportamentos inadequados, como o assédio moral, que podem afetar a integridade do negócio.
A relevância desse recurso pode ser vista nos dados. Segundo a Association of Certified Fraud Examiners (ACFE), 43% das fraudes ocupacionais são descobertas por meio de denúncias. Sendo assim, esse é um dos caminhos mais eficientes para detectar irregularidades antes que se agravem.
Mas o canal só funciona quando há confiança e proteção ao denunciante. O colaborador precisa saber que não sofrerá retaliações após relatar um fato, seja perda de função, isolamento da equipe ou qualquer forma de pressão.
Quando a empresa assegura anonimato, confidencialidade e uma resposta adequada às denúncias, ela reforça um ambiente em que integridade é levada a sério. Isso fortalece a cultura ética, amplia a transparência e melhora a capacidade de lidar com riscos.
Monitorar e auditar a cultura de compliance significa acompanhar se as regras, políticas e condutas estão sendo aplicadas no dia a dia. Esse processo ajuda a identificar falhas, medir maturidade e ajustar práticas conforme a empresa evolui.
Para isso, o primeiro passo é trabalhar com indicadores. Taxa de participação em treinamentos, volume e tipo de denúncias, tempo de resposta, adesão às políticas e resultados de avaliações internas mostram o quanto o tema está integrado à rotina.
As auditorias internas também são importantes. Elas verificam se processos sensíveis estão sendo cumpridos, analisam documentações, confirmam se aprovações seguem o fluxo correto e apontam pontos de atenção.
Além disso, ouvir colaboradores ajuda a completar o diagnóstico. Pesquisas de clima, enquetes rápidas e entrevistas mostram como as pessoas percebem o compliance e se sentem confortáveis para reportar problemas. Esse ciclo contínuo mantém o compliance atualizado e alinhado à realidade do negócio.
A liderança é o principal termômetro da cultura de compliance. Quando os executivos assumem publicamente que cumprir leis, políticas internas e princípios éticos é um valor inegociável, essa postura tende a se refletir no comportamento de todo o time.
É o que chamamos de tone at the top: o exemplo que vem do topo e orienta decisões, prioridades e investimentos.
Isso acontece porque os colaboradores só levam o programa de compliance a sério quando percebem que a alta direção também leva. Se a liderança respeita regras, reporta riscos, participa de treinamentos e exige transparência, isso sinaliza que integridade não é “discurso”, mas critério real de gestão e expectativas
Os benefícios de um programa de compliance inclusivo são muitos e se refletem tanto na rotina operacional quanto nos resultados da organização. Quando todos os colaboradores têm acesso às informações, participam das ações e compreendem seu papel, o impacto é imediato.
Estão entre os principais efeitos:
Ao implementar a cultura de compliance, alguns erros podem comprometer a adesão das equipes e limitar o alcance das iniciativas.
Um dos mais frequentes é tratar o tema como uma exigência pontual, sem integrá-lo às tarefas e decisões cotidianas. Quando o assunto aparece apenas em campanhas esporádicas, ele perde força e deixa de orientar comportamentos.
Outro equívoco é elaborar políticas muito longas, técnicas ou difíceis de compreender. Documentos complexos afastam os colaboradores e dificultam a aplicação prática das regras, reduzindo o engajamento.
A gestão inadequada do canal de denúncias é outro ponto sensível. Falhas na proteção ao denunciante, atrasos nas apurações ou ausência de retorno comprometem a credibilidade do canal e desestimulam novos relatos.
E como mencionamos anteriormente, a falta de participação da liderança também prejudica o processo. Sem exemplo e posicionamento claro do topo, a cultura não se sustenta.
Saiba mais: 4 erros que o programa de compliance deve evitar
A empresa clickCompliance foi criada em 2016 para otimizar a gestão da integridade corporativa. Funcionamos como um ERP de compliance, reunindo em um só ambiente tudo o que as organizações precisam para implementar, gerenciar e automatizar seus programas de conformidade.
Por meio de módulos integrados, estão entre os serviços oferecidos:
O software clickCompliance conta com estrutura modular, na qual cada empresa escolhe quais funções deseja usar, podendo adaptar a plataforma ao seu nível de maturidade e às necessidades do seu programa de compliance.
Todos os módulos operam em um ambiente digital e centralizado, o que facilita o acesso às informações, reduz retrabalho e mantém o programa organizado em um só lugar.
A plataforma também utiliza Inteligência Artificial para otimizar tarefas do dia a dia. Por meio da integração com a API oficial da OpenAI, é possível automatizar atividades operacionais dos módulos de “Canal de Denúncias”, “Governança de Documentos”, “Treinamentos de Compliance” e “Compliance Bot”. Essa integração é realizada via Microsoft, com garantias contratuais de privacidade e sem uso dos dados para treinar modelos.
Com isso, a empresa garante menos burocracia, mais agilidade e mais precisão no gerenciamento do programa, enquanto as equipes podem focar nas ações estratégicas do compliance.
Por ter uma estrutura que se adapta às necessidades de cada organização, o sistema clickCompliance funciona para empresas de todos os portes e segmentos.
A plataforma é utilizada por negócios com diferentes níveis de maturidade em compliance, desde operações em fase inicial até estruturas mais complexas que precisam de processos mais estruturados, rastreáveis e centralizados.
Indústrias, varejo, saúde, serviços, logística, tecnologia, educação e instituições financeiras são alguns dos setores que já utilizam a solução no Brasil
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