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COP30 e compliance ambiental: lições para as empresas brasileiras

Agenda climática global pressiona organizações a adotarem padrões mais rigorosos de governança e sustentabilidade.

Atualizado em 11/11/2025
● Por Helen Lugarinho
Imagem para simbolizar a COP30 e o compliance ambiental.
Imagem criada pela clickCompliance utilizando inteligência artificial. © Todos os direitos reservados.

A 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, conhecida como COP30, acontece entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA). Contudo, as discussões em torno do encontro já estão em andamento há meses, antecipando pautas e trazendo importantes lições para as organizações brasileiras. 

Entre os temas em destaque estão a redução de emissões de gases de efeito estufa, a transição energética, a preservação da biodiversidade e os impactos sociais das mudanças climáticas.

Ao reunir governos, especialistas e lideranças do mundo todo, esses debates reforçam a importância de integrar o compliance ambiental às estratégias empresariais, estimulando práticas mais transparentes, sustentáveis e alinhadas à agenda global de sustentabilidade.

Mas o que exatamente as empresas podem aprender com a COP30 e como transformar essas discussões em ação? Continue a leitura e entenda os principais caminhos que o evento aponta para o setor corporativo e o compliance ambiental.

Conteúdo do Artigo

COP30: O que aprender com a agenda ambiental?

A COP é o principal fórum de deliberação sobre o clima no mundo, e suas decisões costumam definir o rumo das políticas públicas, dos investimentos e das estratégias das empresas em relação à temática ambiental nas próximas décadas.

É nesse espaço que se firmam tratados, metas e mecanismos voltados ao enfrentamento da crise climática e à redução das emissões de gases de efeito estufa.

E a realização da conferência no Brasil reforça o papel do país, assim como o de suas empresas, na construção de soluções sustentáveis que conciliem desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental, integrando o compliance ambiental às suas práticas de governança.

São muitas as lições que podem ser extraídas dessa agenda. A seguir, confira alguma delas:


Greenwashing custa caro

Entre os temas em destaque da COP30 está o combate ao greenwashing, prática que gera desconfiança no mercado e compromete a credibilidade das empresas frente aos esforços globais de combate à crise climática.

O termo se refere à divulgação de informações enganosas, exageradas ou infundadas sobre ações ambientais, produtos ou serviços. Em síntese, ocorre quando uma organização se apresenta como sustentável sem que suas operações, investimentos ou políticas internas sustentem esse discurso.

A percepção do mercado sobre o problema cresceu nos últimos anos. De acordo com o estudo EY Global Institutional Investor Survey 2024, 85% dos investidores afirmam que o greenwashing é hoje um problema mais grave do que há cinco anos.

Embora ainda não exista uma lei específica sobre o tema, o greenwashing pode ser enquadrado em diferentes normas brasileiras, como a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), que prevê sanções para a apresentação de estudos ou relatórios falsos ou enganosos. 

Além de comprometer a integridade corporativa, essa prática traz uma série de riscos para as empresas, como:

  • Danos à marca e perda de credibilidade perante consumidores e investidores;
  • Rompimento de parcerias comerciais e prejuízos contratuais;
  • Ações judiciais e responsabilidades civis decorrentes de comunicação enganosa;
  • Queda no valor de mercado e dificuldade de acesso a financiamentos sustentáveis.

Esses são apenas alguns dos efeitos de uma conduta que, além de ilegal, pode minar a confiança do mercado.


Transição energética

Também está entre os principais assuntos da conferência a transição energética, que propõe substituir gradualmente os combustíveis fósseis por fontes renováveis e de baixo carbono.

O debate internacional tem destacado a necessidade de investimentos em combustíveis sustentáveis, como hidrogênio verde, biocombustíveis e e-combustíveis, capazes de reduzir emissões em setores de difícil descarbonização, como transporte e indústria.

Para as empresas brasileiras, o momento é propício: o país já conta com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com vantagens competitivas em energia solar, eólica e biomassa.

Por isso, além de responder à COP30, introduzir metas de transição energética ao planejamento estratégico pode ser uma forma de garantir competitividade e acesso a novos mercados cada vez mais exigentes em critérios de sustentabilidade.


Influência legítima

A COP30 traz ainda uma reflexão sobre a diferença entre “parecer sustentável” e agir com legitimidade. 

A influência corporativa legítima acontece quando a empresa participa de fóruns e decisões públicas com transparência, base científica e respeito às comunidades impactadas, e não só como estratégia de imagem.

Empresas que constroem parcerias verdadeiras com atores locais, apoiam a conservação da biodiversidade e adotam práticas verificáveis de mitigação e adaptação ao clima demonstram que compliance e sustentabilidade caminham juntos.

Você também pode se interessar: Agenda 2030: o ESG e o compliance ambiental como aliados

Passo a passo para integrar as lições da COP30 à empresa

As discussões da COP30 mostram que o caminho para um futuro sustentável passa por empresas que colocam os compromissos ambientais no centro das suas decisões. Para isso, é necessário transformar a agenda climática em uma estratégia bem elaborada, com metas, planos e indicadores que permitam acompanhar a evolução de cada iniciativa.

A seguir, confira um passo a passo para aplicar as lições da conferência no dia a dia da organização:


Faça um diagnóstico de materialidade

Antes de definir metas ou planos ambientais, é preciso entender quais impactos são mais relevantes nas operações da empresa, seja de forma positiva ou negativa.

Essa análise, conhecida como diagnóstico de materialidade, ajuda a identificar os temas que merecem maior atenção, como clima, conservação da natureza, uso da água e gestão de pessoas, e a direcionar recursos para áreas que mais fortalecem a conformidade ambiental.

Para realizar o diagnóstico, é importante considerar:

  • O contexto interno e externo da organização, incluindo aspectos legais, geográficos e culturais;
  • Os impactos reais e potenciais relacionados às operações, produtos e serviços, inclusive na cadeia de valor;
  • A avaliação de riscos e oportunidades, com base na importância de cada impacto para a empresa e para a sociedade;
  • A escuta de especialistas e partes interessadas, para garantir que o diagnóstico reflita percepções legítimas e prioridades ambientais.

Dessa forma, a empresa ainda cria uma base para metas e relatórios ambientais mais consistentes.


Tenha metas baseadas na ciência

A COP30 reforça que a ciência deve orientar as metas corporativas de sustentabilidade, especialmente no que diz respeito à redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Nesse sentido, a iniciativa Science Based Targets (SBTi) – criada em parceria entre o Carbon Disclosure Project (CDP), o Pacto Global da ONU, o World Resources Institute (WRI) e o World Wide Fund for Nature (WWF) – tem sido referência global para empresas que desejam alinhar suas estratégias à meta do Acordo de Paris: limitar o aquecimento global a 1,5°C.

As metas baseadas científicas estabelecem parâmetros concretos e auditáveis para acelerar a descarbonização e garantir que os compromissos corporativos sejam mensuráveis. De acordo com a SBTi, elas trazem benefícios diretos para as organizações, como:

  • Aumento da rentabilidade, pela eficiência no uso de recursos;
  • Confiança dos investidores, com base em dados verificáveis;
  • Inovação e competitividade, impulsionadas por práticas de baixo carbono;
  • Reputação fortalecida, pela transparência e coerência das ações;
  • Redução da incerteza regulatória.


Crie um plano de transição energética e de descarbonização

Outro ponto trazido pelas discussões para a COP30 é a necessidade de criação de planos de transição energética e descarbonização. As empresas que desejam se manter competitivas precisam traçar estratégias de longo prazo para substituir gradualmente os combustíveis fósseis por fontes limpas e reduzir suas emissões.

Um plano eficiente deve contemplar:

  • Avaliação da matriz energética atual, identificando dependências e oportunidades de substituição;
  • Metas claras de redução de emissões, com prazos e indicadores de acompanhamento;
  • Adoção de tecnologias limpas e iniciativas de eficiência energética;
  • Incentivo ao uso de fontes renováveis, como solar, eólica, biomassa e hidrogênio verde;
  • Mudanças em processos industriais e logísticos, com foco em eficiência e economia circular.

Ao adotar essas medidas, a empresa se alinha a um dos compromissos reforçados pelo Brasil na COP30: quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis até 2035, impulsionando a transição para energias renováveis.

Confira nosso Talks sobre Compliance no Setor Elétrico:

Uso de software para gestão do compliance ambiental

Nenhum plano ambiental se sustenta sem uma boa gestão, controle e rastreabilidade. E é nesse ponto que a tecnologia pode ser uma grande aliada na efetividade do compliance ambiental.

Com um software especializado, é possível centralizar informações, acompanhar obrigações legais e garantir que políticas e procedimentos estejam em conformidade com as normas vigentes, como o ISO 14001, que especifica os requisitos para um sistema de gestão ambiental (SGA).

Entre as principais funcionalidades de um software de compliance estão:

  • Governança de documentos: organização, controle e atualização de políticas internas e procedimentos ligados às normas ambientais;
  • Compliance regulatório: acompanhamento de prazos e obrigações legais, incluindo requisitos de sustentabilidade;
  • Treinamentos de compliance: capacitação periódica sobre temas de gestão em ESG, ética e conformidade, com conteúdos ambientais personalizados;
  • Canal de denúncias: permite identificar e tratar desvios ambientais, garantindo que possíveis infrações, irregularidades ou não conformidades sejam reportadas com segurança e confidencialidade.

E todas essas funções estão disponíveis na clickCompliance, que oferece uma plataforma completa para fortalecer a governança e a conformidade nas empresas brasileiras. 


Como medir o alcance de metas da COP30?

Para saber se a empresa está realmente em conformidade com as diretrizes ambientais e avançando em direção às metas debatidas na COP30, é necessário definir e acompanhar alguns indicadores.

Pensando nisso, confira algumas das principais métricas que podem ser monitoradas:

  • Intensidade de emissões: quantidade de CO₂ equivalente (tCO₂e) emitida por unidade de produto ou receita;
  • Percentual de energia renovável: participação de fontes limpas no gasto energético total;
  • Eficiência energética: volume (em MWh) economizado por meio de melhorias tecnológicas ou operacionais;
  • Gestão de resíduos: volume, tipo e destinação dos resíduos gerados pelas operações;
  • Rastreabilidade na cadeia de suprimentos: avaliação do percentual de fornecedores críticos a partir de um due diligence ambiental;
  • Consumo e reuso de água: monitoramento do uso responsável e práticas de reaproveitamento;
  • Áreas restauradas e conservadas: hectares sob manejo sustentável e indicadores de biodiversidade;
  • Treinamentos e engajamento: frequência e adesão dos colaboradores às capacitações ambientais.

Ao monitorar esses indicadores, fica mais fácil avaliar a efetividade das ações da empresa  e garantir transparência nos relatórios de sustentabilidade e compliance.

Leia também: ProRecicle: o que é e como se relaciona com o compliance?

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Conte com a clickCompliance

Cumprir as exigências ambientais e acompanhar os compromissos debatidos na COP30 exige planejamento, transparência e uma gestão eficiente das obrigações legais. 

A boa notícia é que, com a clickCompliance, esse processo pode se tornar muito mais simples e integrado.

A plataforma reúne módulos de governança de documentos, processos de compliance, treinamentos, canal de denúncias com IA, canal de privacidade, além de outros recursos que permitem automatizar obrigações regulatórias, monitorar riscos e consolidar uma cultura de sustentabilidade corporativa.
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Publicado por
Helen Lugarinho
Sou jornalista formada pela Universidade Federal Fluminense, com pós-graduação em Comunicação Integrada e Gestão Estratégica de Conteúdo pela Facha. Minha trajetória profissional é marcada por uma ampla experiência em produção de conteúdo e marketing digital, sempre com foco em conectar pessoas e compartilhar conhecimento de forma clara e impactante.
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