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Processos de mitigação em foco: onde as empresas precisam agir agora

Pressões digitais, ambientais e operacionais ampliam o escopo da gestão de riscos e exigem novas prioridades nas empresas.

Atualizado em 19/12/2025
● Por Victor Moraes

Os processos de mitigação são as ações adotadas pelas empresas para reduzir, controlar ou eliminar riscos que possam comprometer a continuidade do negócio. 

No contexto do compliance, esses processos estão relacionados à prevenção de não conformidades com leis, regulamentos, normas, padrões éticos e políticas internas, atuando de forma estratégica para antecipar falhas e reduzir exposições antes que elas se tornem incidentes.

Diante de tantas frentes de atuação dentro das organizações, é fundamental entender onde é preciso direcionar mais esforços e recursos, considerando o cenário do mercado e as melhores práticas.

Pensando nisso, reunimos os principais pontos em que as empresas precisam agir agora e como o compliance pode apoiar a avaliação, o acompanhamento e a efetividade dos processos de mitigação.

Boa leitura!

Conteúdo do Artigo

O mapa que os processos de mitigação precisam cobrir

Nos últimos anos, há assuntos que ganharam prioridade na gestão corporativa, impulsionados pela criação de novas leis, pelo avanço das tecnologias e por mudanças nos padrões de comportamento e de cobrança do mercado.


A seguir, confira as principais frentes que ampliaram o escopo tradicional da gestão de risco e que devem estar no radar das empresas ao definir seus processos de mitigação:

Ameaças digitais e vazamentos de dados

Não é segredo que as tecnologias têm evoluído em ritmo acelerado, com destaque para a popularização da Inteligência Artificial (IA). Esse avanço amplia oportunidades, mas também intensifica ameaças digitais, como ataques cibernéticos, falhas de segurança e vazamentos de dados.

Diante desse cenário, a legislação brasileira precisou se adaptar para prevenir e mitigar incidentes que afetam diretamente empresas, consumidores e a confiança no ambiente digital. Um exemplo desse movimento é a Lei Geral de Proteção de Dados-LGPD (Lei n° 13.709/2018), que estabelece como empresas e órgãos públicos devem coletar, usar, armazenar e proteger dados pessoais.

O descumprimento da lei resulta em sanções regulatórias e pode impactar a reputação, o que torna a conformidade um elemento indispensável dos processos de mitigação voltados à segurança da informação.

Os riscos relacionados aos avanços digitais também já aparecem nas análises de instituições globais. A pesquisa Risk in Focus 2025, realizada pela Internal Audit Foundation, aponta que a cibersegurança é, de longe, a principal ameaça para as organizações na América Latina, citada por cerca de três quartos dos entrevistados.

O estudo também indica que a disrupção digital, incluindo o uso da IA, deve figurar logo atrás da cibersegurança como um dos maiores desafios nos próximos anos. Esse cenário, segundo a pesquisa, está gerando:

  • uma nova tensão operacional;
  • uma nova pressão concorrencial;
  • novos riscos de cibersegurança;
  • novos desafios de implementação;
  • e novas questões de conformidade.

Outro estudo, realizado pela IBM e pelo Ponemon Institute, mostra como sistemas de IA sem governança adequada estão mais suscetíveis a incidentes de segurança. Segundo a análise, 97% é a proporção de organizações que relataram um incidente de segurança relacionado à IA e que não tinham controles de acesso adequados à tecnologia.

Além disso, 63% das organizações não contavam com políticas de governança de IA para gerenciar a ferramenta ou impedir a proliferação da IA ​​paralela. O custo médio global de uma violação de dados também foi apontado, chegando a US$ 4,4 milhões.

Por outro lado, empresas que fazem o uso extensivo dessa tecnologia com segurança conseguem economizar por volta de US$ 1,9 milhão. Os dados reforçam a importância de integrar governança, compliance e tecnologia como parte dos processos de mitigação frente às ameaças digitais.

Mudanças climáticas

As discussões sobre mudanças climáticas são cada vez mais necessárias. A ampliação de compromissos globais, o avanço do compliance ambiental e as iniciativas na área, como a COP30, reforçam a pressão para que empresas introduzam o tema em seus processos de mitigação.

No Brasil, um exemplo desse movimento é o Plano Clima, que estabelece medidas de mitigação e adaptação com o objetivo de reduzir de maneira significativa as emissões de gases de efeito estufa até 2035.

Esse tema é tão prioritário que, de acordo com o estudo da Internal Audit Foundation, 29% dos entrevistados apontam as mudanças climáticas como um dos principais riscos para as empresas.

A própria pesquisa recomenda que os riscos climáticos sejam tratados em termos financeiros, considerando custos operacionais, multas, sanções, perdas de ativos e impactos na produtividade. 

Essa abordagem facilita a compreensão do tema pelos conselhos administrativos e fortalece a integração entre gestão de riscos, compliance e tomada de decisão estratégica.

Saiba mais: COP30 e compliance ambiental: lições para as empresas brasileiras

Cadeia de suprimentos 

A cadeia de suprimentos também está entre as frentes mais sensíveis quando falamos em gestão de riscos. 

A dependência excessiva de fornecedores únicos, a concentração geográfica e a falta de visibilidade sobre etapas anteriores da cadeia aumentam a exposição das empresas a interrupções operacionais, falhas contratuais e riscos de conformidade.

Esse cenário é reforçado pelo Relatório de Resiliência da Cadeia de Suprimentos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que revela que os países estão adquirindo mais produtos de um número menor de fornecedores do que o globalmente possível.

O estudo destaca que interrupções recentes, gargalos logísticos e preocupações crescentes com segurança econômica evidenciam a necessidade de fortalecer e diversificar as cadeias de suprimentos diante de riscos elevados.

A OCDE também reforça que resiliência não significa eliminar riscos, mas sim saber gerenciá-los. Segundo a instituição, as cadeias de suprimentos mais eficientes são aquelas que são:

  • ágeis: com capacidade de responder rapidamente;
  • alinhadas: com interesses compartilhados entre empresas, governos e partes interessadas;
  • adaptáveis: capazes de evoluir ao longo do tempo.

Três princípios-guia para ter processos de mitigação eficientes

Uma abordagem consistente de mitigação ajuda a evitar sanções regulatórias, penalidades financeiras, falhas de governança corporativa e impactos negativos à reputação da empresa. 

No entanto, para que esses benefícios se concretizem, é necessário estruturar os processos de mitigação com base em princípios claros, que orientem a forma como a organização atua, monitora e aprimora sua gestão de riscos.

A seguir, destacamos três princípios-guia que ajudam as empresas a tornarem seus processos de mitigação mais eficientes:

  1. Integrar toda a empresa

Um dos pontos que não pode ser negligenciado nos processos de mitigação é o envolvimento de toda a empresa. Incidentes não estão restritos a áreas técnicas ou jurídicas e, muitas vezes, estão relacionados a erros humanos, como o uso de senhas fracas ou o clique em links maliciosos.

Por isso, é importante adotar ações preventivas, como iniciativas de conscientização. Ao orientar colaboradores sobre riscos, boas práticas e mudanças regulatórias, as empresas fortalecem a cultura de compliance e reduzem exposições que poderiam ser evitadas. 

Esse trabalho pode ser realizado por meio de treinamentos de compliance periódicos e elaboração de políticas e códigos de conduta, que devem ser amplamente divulgados e introduzidos à rotina da organização.

Além disso, mecanismos como canais de denúncia ajudam a ampliar a capacidade de identificação precoce de irregularidades. Ao criar um ambiente em que colaboradores se sintam seguros para reportar situações de risco, a empresa amplia sua visão sobre vulnerabilidades e fortalece a integração entre pessoas, processos e governança.

  1. Implementar e testar os processos de mitigação

Antes que um risco se materialize, é fundamental que as empresas implementem seus processos de mitigação e validem se eles funcionam na prática. Simulações, exercícios internos e testes de resposta a crises são algumas das formas de avaliar como pessoas, processos e controles se comportam em situações adversas.

Na cadeia de suprimentos, esse princípio pode ser aplicado por meio do due diligence de terceiros. Ao avaliar fornecedores e parceiros antes de firmar relações contratuais, as empresas conseguem mapear riscos operacionais, regulatórios, financeiros e reputacionais associados à cadeia.

O processo também pode incluir critérios ambientais, analisando os compromissos com sustentabilidade, a conformidade com normas ambientais e as práticas alinhadas às exigências regulatórias.

Já no campo da cibersegurança, podem ser adotados antecipadamente controles voltados à proteção de dados e sistemas. Soluções como firewalls, sistemas de detecção e prevenção de intrusões, antivírus e rotinas de backup permitem avaliar vulnerabilidades técnicas e ampliam a capacidade de resposta a incidentes digitais.


Em síntese, lembre-se de que testes preventivos ajudam a identificar falhas, lacunas operacionais e pontos de melhoria antes de um incidente real, reduzindo impactos e aumentando a capacidade de resposta da organização

Você também pode se interessar: Insider trading: o que é e como o compliance pode ajudar na prevenção?

  1. Medir com rigor 

Medir é o que permite transformar riscos em indicadores mensuráveis para sair do campo subjetivo. Com dados mais concretos, a empresa consegue entender sua real exposição, acompanhar a evolução dos riscos ao longo do tempo e identificar padrões de recorrência de incidentes.

São exemplos de métricas que podem ser utilizadas nesse contexto:

  • número de incidentes recorrentes por período;
  • tempo médio entre a identificação do risco e a implementação da ação corretiva;
  • percentual de fornecedores críticos avaliados antes do início do relacionamento;
  • percentual de políticas internas revisadas e atualizadas conforme mudanças regulatórias;
  • número de exceções ou desvios identificados em auditorias internas;
  • grau de cobertura dos controles internos mapeados para riscos críticos;
  • percentual de processos críticos com responsáveis e fluxos formalizados;
  • taxa de reincidência de não conformidades por área ou processo.

Essas métricas ajudam a priorizar ações, avaliando onde os processos de mitigação precisam evoluir. O objetivo é gerar insumos que orientem ajustes e melhorias contínuas.

Além disso, a medição deve estar acompanhada de monitoramento constante. Avaliações pontuais não são suficientes em um ambiente regulatório e operacional que está sempre mudando.

Conte com o clickCompliance

Se a sua empresa busca estruturar ou aprimorar seus processos de mitigação, mas ainda enfrenta desafios para transformar diretrizes em práticas consistentes, o clickCompliance pode apoiar esse caminho.

Nossa plataforma foi desenvolvida para ajudar organizações a organizar, monitorar e fortalecer a gestão de riscos e o compliance de forma integrada. Com tecnologias que se adaptam às suas necessidades, reunimos recursos como governança de documentos, treinamentos, e canais de denúncias num só lugar.

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Publicado por
Victor Moraes
Profissional de Tecnologia com foco em Gestão de Pessoas, com mais de 14 anos de experiência em posições de liderança. Atualmente, atuo como Tech and People na Ímpeto Informática e na clickCompliance, onde busco alinhar a estratégia tecnológica da empresa com a gestão de talentos, sempre com o objetivo de otimizar processos e maximizar o desempenho das equipes.
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